MANUAL BÁSICO DE PREVENÇÃO A LER (LESÕES POR ESFORÇOS REPETITIVOS)

O QUE SÃO LER?


É o nome dado às lesões em tendões, músculos e nervos ocasionadas pela solicitação contínua, excessiva, repetitiva e/ou prolongada de determinado(s) segmento(s) do corpo de um indivíduo. Podem ocorrer:
Tenossinovites
Tendinites
Bursites
Epicondilites
Cervicalgias
Dorsalgias
Lombalgias
Neurites por compressão
Os principais sintomas são dor (dedos, punhos, antebraços, ombros e pescoço), contração da musculatura, inchaço (edema), formigamento, dormência, podendo chegar à perda de força ou de movimentos do segmento afetado.

O QUE SÃO TENOSSINOVITES?

Movimentos repetitivos aquecem os tendões das mãos, punhos e antebraços e as bainhas que os revestem. Eles perdem a sua lubrificação natural e se inflamam.

MEDIDAS PREVENTIVAS

Para se prevenir das LER deve-se adotar as seguintes medidas:
Posto de Trabalho - deve permitir a adoção de posturas confortáveis sem constranger a livre movimentação:
A - o ângulo formado pelos braços com os antebraços próximo de 90º;
B - a região dos punhos apoiada e na mesma linha (reta) dos antebraços, evitando-se angulações e desvios laterais;
C - joelhos em nível pouco acima das articulações dos quadris;
D -os pés totalmente apoiados sobre o piso ou em suporte próprio para os mesmos;
E - a região lombar apoiada no encosto próprio da cadeira.

Para tanto, a cadeira deve ter as seguintes características:
Assento:
deve ser relativamente duro e regulável na altura;
ter bordas frontais arredondadas;
a sua profundidade deve ser menor do que a coxa;
a sua altura deve ser menor que a altura da perna do usuário, para evitar a compressão das coxas.
Apoio para as costas:
o encosto deve ser ajustável e cobrir a região lombar, com ligeira concavidade.
A mesa:
deve ter superfície de trabalho com espaço suficiente para as diferentes atividades exercidas e para movimentar os equipamentos, colocando-os na posição mais confortável;
deve permitir movimentação dos membros inferiores.

Os equipamentos (monitor, teclado e tela) devem oferecer as seguintes condições:
o monitor deve ficar na frente do operador e estar ligeiramente abaixo da linha dos olhos;
a tela não pode sofrer reflexos decorrentes da luz ambiente;
o teclado deve ser separado do resto do equipamento, ser compatível com a função executada e ser facilmente colocado no lugar de preferência do operador;
o contraste entre os caracteres e o fundo da tela deve ser adequado.

As condições ambientais devem obedecer aos seguintes requisitos:
a iluminação deve ser adequada às tarefas executadas e distribuída uniformemente no ambiente, de forma a evitar reflexos e contrastes;
a temperatura efetiva deve ser mantida entre 20ºC e 23ºC;
a umidade relativa do ar não pode ser inferior a 40%;
o nível de ruído para efeito de conforto deve ser no máximo de 65 decibéis.

Organização do Trabalho
Deve-se evitar:
permanência contínua na posição sentada ao longo da jornada de trabalho;
realização da mesma atividade repetidamente durante toda a jornada de trabalho;
ausência de pausa para descanso (recuperação);
excesso de horas trabalhadas;
exigência de produção, impondo ritmo acelerado de trabalho, com controle direto;
estímulo à competitividade exagerada;
falta de treinamento para a função.

Porque podem gerar:
fadiga músculo-articular, fadiga visual e mental;
frustração e insatisfação;
tensão constante e ansiedade;
insegurança e medo;
conflitos com chefias e colegas.


INFORMAÇÕES IMPORTANTES

O diagnóstico das LER é essencialmente clínico e relacionado com exame físico, condições de trabalho e freqüência de casos semelhantes ocorridos na mesma área. Até o momento, não há exame complementar específico para confirmar o diagnóstico das LER.
O retorno ao trabalho após a alta do INSS deve ser gradual:
1º ao 3º dia: realizar somente 1 hora de trabalho com movimentos repetitivos, mantendo-se um esquema de pausa de descanso maior, completando o horário de trabalho com outra atividade que não exija esforços repetitivos;
a partir do 4º dia, aumentar progressivamente o período de atividades com movimentos repetitivos, obedecendo, no entanto, o ritmo de 10 minutos de descanso para cada 50 minutos trabalhados.
Para o funcionário que retorna de férias ou de afastamento por qualquer outro motivo superior a 15 dias, recomenda-se:
1º ao 3º dia: esquema de pausa de descanso de 10 minutos para cada 20 minutos trabalhados;
a partir de 4º dia, ritmo de atividade normal, obedecendo as pausas de 10 minutos a cada 50 minutos trabalhados.




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USO ERRADO DE MOCHILA LEVA A DORES FUTURAS


A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT) e a Proteste – Associação de Consumidores promoveram em janeiro uma campanha de orientação para o uso adequado da mochila pelos estudantes. A Proteste já fez testes comparativos que detectaram estudantes de 7 anos carregando mochilas com 15% do seu peso. Em um caso extremo, de uma menina de 9 anos, a mochila pesava mais de 17% do peso corporal. O pior, diz a coordenadora da Proteste, Maria Inês Dolci, “é que um terço do peso correspondia a brinquedos que os pais deveriam ter orientado a estudante a não levar para a escola”.
Os ortopedistas não são contra o uso da mochila, mas contra o excesso de peso e a forma inadequada de carregá-la. Isso pode provocar problemas de coluna que não são percebidos de imediato, mas cujo efeito cumulativo aparecerá quando o estudante for adulto.

ATENÇÃO PAIS
a) A criança não deve carregar na mochila mais do que 10% de seu peso.
b) Nunca deve carregá-la só com uma das tiras passada pelos ombros, pois isso pode provocar escoliose.
c) As tiras devem ser tensionadas para que a mochila fique bem junto ao corpo e 05 cm acima da linha da cintura.

Fonte: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (http://www.sbot.org.br/)

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